Psique: A dela

Considerações e neuroses de dias por planear

2006-11-30

Cansaço


Sabemos que estamos muito cansados quando dizemos: "Hoje vou ter que trabalhar com palitos nos dentes!"

(Em vez de palitos nos olhos)

2006-11-29

Deixem-me Ir!


Deixa-me, Deixem-me ir
Desamarrem-me
As minhas asas não têm Espaço
Não quero submergir

Deixem-me ver novas paragens
Deixem-me ficar um instante
Acalmar por dentro
Mas longe, distante


Hoje, não sou eu
Já não me vejo no espelho
Raiva contida
Que me deixa entorpecida

Não quero caminhar pelas mesmas ruas
Pela mesma cidade
Não quero ouvir as mesmas vozes
Quero Ir

Deixem-me

2006-11-27

“Os Óculos do Coelho Cenourinha” (e não só)

Edições Majora

Este livro infantil (que eu tive a sorte de ter toda a colecção) começa assim:

“Toda a questão começou quando Cenourinha, o coelhinho de peluche, encontrou um par de enormes óculos que estavam caídos nuns ramos ao pé da janela. Colocou-os sobre o nariz, ficando a julgar-se muito mais importante que anteriormente...E metendo as patitas nos bolsos, pôs-se a passear pelo jardim.
Ora, como não via bem com os óculos, tropeçou sem querer nuns paus que os outros brinquedos tinham junto para fazer uma fogueira para o piquenique.
Isto causou ao Cenourinha uma grande contrariedade. Por isso, resolveu escrever um aviso que dizia: «Não se podem fazer piqueniques no jardim»”

Ao começarmos a ler esta pequena história, alguns podem estar tão presos à realidade que dizem: “Isto não faz sentido nenhum, um coelho de peluche!...” (consequente abanar de cabeça e mudança para novo blog).

Agora para os adultos com um poder de abstracção maior, isto não vos lembra nada?
Já reparam como tratamos e somos tratados por pessoas que aparentam ser importantes?
Já reparam que muitas pessoas que chegam a determinado cargo, mesmo sem serem Doutores ou Engenheiros, adoram que assim os tratem e nem repõem a verdade?
Já reparam que há gente que se endivida para comprar um carro topo de gama e tem uma casa péssima, só porque o carro é possível ser transportado e, portanto, admirado pelos outros?
Já reparam que as pessoas que ascendem a algum cargo de poder e/ou de decisão, trata logo de ditar ordens novas mas não as assina por baixo?
Já reparam que existem pessoas que usam chaves de carros falsos só para dizerem que são de outro extracto social?
Já reparam que existem pessoas que têm nomes vulgares como António da Silva, mas como tiveram a oportunidade de estudar e terem um trabalho menos laborioso do que o seu pai, obrigam as pessoas “inferiores” a trata-los por Sr. da Silva?

Pois é, e se lhes tirássemos os óculos que os fazem sentirem-se tão importantes só porque os acharam?

Eu gostava, fazia-me bem à psique!

2006-11-26

Assim, desde 1997


Esta história começou em 1997.
Quer dizer para ser mais precisa começou muito antes.
Sempre fui dada às Artes e às Manualidades, e como gostava de marcar a diferença, comecei a fazer os meus próprios cadernos.
Não com colagens de ídolos (não os tinha) mas com composições e posteriormente feitos por mim de ‘fio a pavio’.
E as pessoas começaram a perguntar: “Porque não tentas vender, são tão giros!”; “Tens que experimentar vender.”
E em 1997 lá tentei e consegui.
Assim começou uma história de artesã com matéria prima por excelência: O papel.
Os produtos foram evoluindo.
A minha vida também e a Bolsa de Estudo mais o que recebia pela venda dos cadernos foram pagando o meu curso e alguns extras.

Agora sinto que preciso voltar a criar (passo por ciclos assim) senão embruteço, vou reunir os meus pais que vim comprando (e guardando) ao longo do tempo e vou por mãos à obra em produtos exclusivos.

Veremos no que dá!

2006-11-20

Kramer & Elaine



Existe um blog que visito sempre em que o Humor Negro repõe algumas citações acutilantes do Jerry Seinfeld. Nunca deixo, pelo menos de sorrir, e durante os anos em que esta série passou na TV eu esperava horas para a ver.
E o dia podia ter sido mau, podia ter sido péssimo, podia ter sido uma autêntica chatice mas eu ria sempre, sempre...

Personagem preferida número 1: Kramer (o homem, sem ocupação conhecida, mas que do pouco fazia muito; que acreditava em determinados valores e defendia-os até ao fim, um homem que vivia uma vida surreal, mas nos mostrava a surrealidade da vida).
Gostava dele, gosto dele!

Personagem preferida número 2 (coladinha ao número 1) Elaine: Eu confesso, eu invejava a Elaine, invejava aqueles momentos em que ela era tão frontal como desconcertante; era tão obstinada que não deixava nada em ‘branco’; era tão senhora do seu nariz que não perdoava homem ou mulher.

Penso que esta série nos marcou a todos que a vimos e mais, inspirou-nos (e a mim, de que maneira!)

2006-11-15

Folhas de Outono


Hoje a caminho da Praça do Bom Sucesso, deparo-me com uma das minhas obsessões e ao mesmo tempo uma das minhas maiores alegrias: um monte de folhas outonais, arranjadinhas num monte!

Compulsão imediata: Saltar para cima do monte e sentir os estalidos das folhas!

Mas eu sou uma adulta (pelo menos é o que dizem) não podia fazer isto de forma descarada em plena Avenida da Boavista.

Forma de contornar a situação: Ir pisando pelas bordas, como quem não quer a coisa!

É, bastante difícil explicar este pequeno prazer, mas quando o faço sinto-me simplesmente feliz!

2006-11-14

Desabafo do Dia (mais um)



Hoje quero a minha Liberdade!
Quero senti-la!

Organização




Nunca primei pela verdadeira organização, demonstro uma organização aparente, mas sei que tudo à minha volta está num caos!

É nestas horas que me apetece ter uma vida nova, uma casa vazia e começar tudo de novo.
E gosto tanto de começar tudo de novo...

Assusta-me o definitivo, assusta-me a única profissão, a única casa, eu sempre a mesma,...

Agrada-me a mudança, e quando sinto que mudei sou como uma criança à frente de uma loja de brinquedos, espantada mas fascinada!

Mas a organização/desorganização dos dias prende-me as asas, sinto-as, de facto presas!

E mais uma vez pela ‘enésima’ vez no final de este ano um dos meus votos serão “vou ser mais organizada para fazer mais coisas e tudo dentro do prazo” e o pior é que sei que vai ficar tudo na mesma!

2006-11-13

Momentos


I've been looking so long at these pictures of you
That I almost believe that they're real
I've been living so long with my pictures of you
That I almost believe that the pictures are
All I can feel

Remembering
You standing quiet in the rain
As I ran to your heart to be near
And we kissed as the sky fell in
Holding you close
How I always held close in your fear
Remembering
You running soft through the night
You were bigger and brighter and wider than snow
And screamed at the make-believe
Screamed at the sky
And you finally found all your courage
To let it all go

Remembering
You fallen into my arms
Crying for the death of your heart
You were stone white
So delicate
Lost in the cold
You were always so lost in the dark
Remembering
You how you used to be
Slow drownedYou were angels
So much more than everything
Hold for the last time then slip away quietly
Open my eyes
But I never see anything

If only I'd thought of the right words
I could have held on to your heart
If only I'd thought of the right words
I wouldn't be breaking apart
All my pictures of you

Looking so long at these pictures of you
But I never hold on to your heart
Looking so long for the words to be true
But always just breaking apart
My pictures of you

There was nothing in the world
That I ever wanted more
Than to feel you deep in my heart
There was nothing in the world
That I ever wanted more
Than to never feel the breaking apart
All my pictures of you


(The Cure -Pictures of you)

2006-11-08

Costas: Coça as minhas, que eu coço as tuas!


Ontem, embrulhada no meu cobertor azul celeste, iniciei a leitura da minha National Geographic, aliás, um belo prazer.

Deparei-me, então com esta pequena noticia:
“O ser humano não é o único animal que indica onde quer que lhe cocem as costas. Chimpanzés machos da comunidade de Ngogo, no Parque Nacional de Kibale (Uganda), foram observados a fazer os que os cientistas julgam ser um gesto referencial de comunicação (....). Os chimpanzés coçavam certas partes do corpo fazendo gestos exagerados para chamar a atenção dos animais que os catavam. Em 64% dos casos observados, o animal que catava coçava o outro chimpanzé precisamente no ponto indicado”

Para quem acredita na Teoria Evolucionista, põe-nos a pensar que este hábito de “se coçares as minhas costas, eu coço as tuas” (a célebre troca de favores), já se encontra enraizado no ser humano desde os primórdios.
O que os cientistas não falam é o que acontece aos 36%, que se recusam a obedecer a serem subservientes.
Mas nós sabemos o que acontece na Selva o Humana quando pertencemos aos 36%: não subimos na escala hierárquica, somos votados, por vezes, ao ostracismo, e temos dificuldades enormes em sair da “cepa torta”.

Ainda assim prefiro pertencer a esta minoria porque sem dúvida nos torna mais criativos e mais desenvolvidos.

Fonte: Revista National Geographic de Novembro

PS: E, continuem a ler a National Geographic!

2006-11-03

Café a Gosto


Ontem, de noite, em loja de café conhecida por vender café de todas as partes do Mundo:

Enquanto a empregada registava os pedidos de café (normal), reparo num lista de cafés estranhos:

Eu: Desculpe mas o que é o “Café biberão”?
Empregada: É café com leite condensado, ou seja, é doce por isso o nome (gesto de trocadilho). Todos os cafés com estes nomes têm um significado!
Eu: E já agora e o “Café do Patrão”?
Empregada: Esse, tem licor de café.
Eu: Ahhh, pensei que tinha um calmante!